Estratégias do Alzheimer®️

Eu Estava Infeliz!

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"Eu estava infeliz e me sentia pior vendo mamãe doente."

Mamãe está há muito mais de cinco anos, na fase mais grave do Alzheimer. Enquanto estava nas outras etapas, falava bem, se expressava e de alguma forma se comunicava. Mas agora, a situação mudou completamente. Apesar do quadro clínico estável e exame de sangue impecável. A doença de Alzheimer avança silenciosamente e mamãe está calada e apática. Totalmente sem reações! 

Estava Infeliz

Vendo tudo isso, o sentimento que nasceu em mim foi de infelicidade. Ver uma pessoa tão ativa, bondosa e trabalhadora, a diplomata da família, não poder usufruir de suas lembranças, vontades e gostos na velhice, acabou totalmente com minha alegria de vida.

Quem tem uma pessoa com Alzheimer na família acompanha a morte lenta e progressiva de seu familiar por anos e anos. No caso da dona Irene, mamãe, mais de cinco anos na fase mais avançada da doença e outros tantos para trás antes do diagnóstico. Quando não sabíamos que tinha a doença. Não cabe aqui quantificar a dor, cada pessoa sente de uma forma diferente e cada um sabe como machuca. O que quero compartilhar, é que a dor de percorrer o longo caminho, que é ter uma pessoa querida com demência e a devastação emocional que causa nos familiares cuidadores, pouco a pouco, lentamente comendo o espirito por dentro é diferente e cruel.

O ser humano que tem a doença de Alzheimer ainda sofre muito. Por ser considerada uma doença de velhos, inúmeras vezes essas pessoas são deixadas de lado. Colocadas em segundo plano. Algumas vezes esquecidas e abandonadas por seus filhos e parentes para que morram com tranquilidade. Alzheimer é uma doença, sem cura, que a cada ano vem surgindo em pessoas mais e mais novas. Uma verdadeira epidemia silenciosa.

Para tentar diminuir a infelicidade, parti para usar na prática as recomendações do psiquiatra Viktor E. Frankl, que afirma encontrar sentido e felicidade na vida através de alguns caminhos:

1) Tendo um trabalho que traga satisfação e rendimentos;

2) Fazendo algum ato ou ação que traga retorno emocional, como atividades físicas;

3) Experimentando algo como bondade, cultura, beleza ou a natureza;

4) Amando outro seu humano na sua plenitude;

Nenhuma das quatro primeiras opções fazia sentido para mim, diante da dor que era ver mamãe morrendo devagar na minha frente, por anos a fio, sem poder fazer algo que revertesse esse quadro. E doía mais ainda quando alguém vinha com o papinho furado de resignação. “Deus quer assim!“. E olha que tento fazer o máximo que posso!!! Muitas vezes, como hoje, desanimado e triste! Mas me permitir sentir assim sem culpa.

Existem muitos estudos inclusive no auxílio da ingestão do chá de alecrim para auxiliar no tratamento da doença de Alzheimer. Ele também ajuda a diminuir as sensações de estresse, nesse caso, é muito indicado para quando a pessoa idosa se encontra muito sobrecarregada ou estressada. 

Sim. Com tudo isso eu era infeliz e não conseguia achar felicidade nas coisas que eu mesmo tentava ensinar.

Acredito que, possivelmente, muitas outras pessoas podem se identificar com essa situação. E talvez ajude!!!! Então a pergunta que fica é… 

O QUE FAZER?

A parte mais óbvia, nem por isso mais fácil,  é tentar mesmo que forçado, contra a vontade e sem disposição, percorrer os quatro caminhos descritos. Um pequeno passo por vez. E não é receita de bolo! É tentativa e erro mesmo. Estou me esforçando e fazendo.

O quinto caminho, um pouco mais complexo e mais elaborado, e que provavelmente vai necessitar da ajuda de um profissional é:

5) Ressignificar a dor inevitável, para algo que seja positivo;

O que é ressignificar?*

“Ressignificar caracteriza a ação de atribuir um novo significado a algo ou alguém. Ele está relacionado com o processo de ressignificação, um método da neurolinguística que faz com que as pessoas possam dar novos significados a acontecimentos da vida, a partir da sua mudança na percepção do mundo. Muito comum na psicologia, este processo de ressignificar utiliza várias técnicas para fazer as pessoas mudarem suas percepções da vida e agirem de maneira que suas atitudes contribuam para um mundo mais agradável. E isto só é possível a partir do momento em que elas conseguem mudar o significado de algo já realizado, para que as respostas e o seu próprio comportamento também possa se modificar.”

Já que você vai sentir a dor de ver seu familiar doente e nada vai conseguir diminuir, apaziguar ou acabar com ela. Assuma a sua dor. Se comprometa a reverter a dor em algo positivo.

Qualquer coisa. Um texto de ajuda como esse. Uma doação. Uma ligação. Toda ver que se sentir infeliz faça algo positivo.

Se já se sentiu ou se sente dessa forma, deixe seu comentário.

Compartilhar a dor ajuda também!

Espero ter ajudado!!!

FONTES:

Texto: Marcelo Godinho

Imagem de capa: visshnu_kv

Imagem interna: StockSnap 

*Dicionário de significados: https://www.significados.com.br/

Site: Estratégias do Alzheimer

Política de uso

A reprodução de matérias, fotografias e imagens é livre mediante a citação do site “Estratégias do Alzheimer https://estrategiasdoalzheimer.com.br/”, bem como, dos autores do texto, das fotos e imagens. 

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